Um dos maiores jogadores de futebol da famosa seleção de 1970, tricampeã no México, foi Tostão. O meia do Cruzeiro viveu um drama antes daquele mundial que lhe custou a carreira com a visão. O jogador apresentou descolamento de retina em virtude a uma bolada no dia 24 de setembro de 1969, quando seu time enfrentava o Corinthians no estádio do Pacaembu.
A jogada fatal aconteceu quando Tostão escorregou e a bola, que sobrou para o zagueiro Ditão, acabou acertando a cara do cruzeirense. A tentativa de afastar a bola foi direto no olho do jogador em um acidente de jogo.
Tostão foi substituído, e deu entrevistas de que sentia como se tivesse pedrinhas em seu olho, um claro sinal de que algo não estava bem.
Antes deste incidente, em primeiro de agosto de 1969, quando a seleção brasileira realizou um amistoso contra a Colômbia, em Bogotá, uma dividida com o jogador Castaños causou uma lesão no olho que a princípio não parecia tão séria – até a bolada no mês seguinte.
Após estes dois incidentes, Tostão começou a ver pontos escuros sendo levado para uma bateria de exames que confirmaram o descolamento de retina. O jogador de 22 anos precisou realizar uma cirurgia séria, ou perderia sua visão.
Deu tudo certo! O jogador se recuperou a tempo de disputar o mundial e, é sobre este problema que a OFIC vai falar hoje.
Descolamento de retina é uma situação grave que pode afetar inclusive crianças que, na empolgação do mundial de 2022, podem lesionar o olho brincando com uma bola.
O que é retina?
É uma membrana fina formada de células nervosas no fundo do olho. A parte interna do globo ocular possui um gel chamado vítreo, que está aderido à retina ao nascimento. Com o passar dos anos, principalmente após os 40 anos, o vítreo começa a desgrudar da retina, processo denominado descolamento do vítreo – que pode estar mais aderido que o normal e criar alguma dificuldade para descolar da retina.
Esta dificuldade é tão intensa que o vítreo acaba puxando e rasgando a retina, é o que chamamos de rotura retiniana. Através desta ruptura o líquido do gel vítreo consegue infiltrar e entrar sob a retina, provocando descolamento de retina. Além, é claro, do fato de que o descolamento pode acontecer também quando há um trauma, como no caso da bolada do jogador Tostão.
A perda de campo de visão é um sintoma de que já aconteceu o descolamento da retina, pois a parte da retina descolada não é mais capaz de enxergar adequadamente. Nesta situação, há uma perda da visão referente à área afetada.
Lembre-se que a retina enxerga ao contrário, ou seja, a parte de cima da retina enxerga a parte de baixo do campo, bem como a retina inferior enxerga a parte de cima do campo. Quem está com deslocamento de retina pode relatar que não enxerga o chão, mas enxerga a cabeça das pessoas.
Tratamento
Na OFIC, o tratamento é eminentemente cirúrgico, sendo considerada uma urgência oftalmológica. Quando ainda não há descolamento completo, a fotocoagulação a laser pode ser realizada, mas se o descolamento de retina propriamente dito acontecer, a cirurgia é a solução imediata.
Basicamente existem três técnicas cirúrgicas de acordo com o tipo de descolamento e características do paciente como idade, grau do olho, estado da retina, entre outros. A OFIC está preparada para atender casos de descolamento de retina, e quanto mais rápido for a intervenção, melhor será o tempo de recuperação.